terça-feira, 12 de outubro de 2010

O simples ato de dizer não

Dizer não.
Maria diz que lhe custa, lhe dói.
Madalena diz : Quando tenho que fazer isso é tão difícil...
Lisandra fala que está aprendendo a passos lentos, muito lentos, e reflete que quanto mais a pessoa nega, mais ela ganha. Nos sentimentos e não nas coisas materiais.
Renata completa o raciocínio: Ao passo que quanto mais retemos e seguramos, mais perdemos.
A vida não tem mesmo significado, como já dizia Charles Chaplin. A vida é desejo.
Desejos, ilusões.
Paulo gosta de enganar o desejo, trair a ilusão, dominar essas forças.
Para ele, o desejo, quer ser o dominado, cabe a nós, donos do desejo , transformá-lo em personagem passivo.
Adriano fala que a história é sua e quem tem que ter atitude, atividade e vontade própria é você, não o seu desejo. Nem a sua ilusão.
Se lhes dá brecha, se afrouxa, eles te pegam pelo pescoço; com eles não há negociação, não cedem. Invadem.
Falácias.
Pessoas falam demais.
Lá vem elas:
O seu desejo é dizer não para esta vida errada que está levando, mas uma enxurrada de situações estranhas lhe vem à tona, como uma avalanche ou um maremoto e você reage de maneira contrária, dizendo sim e aceitando ser engolido pela tempestade?
Manuela fez essa pergunta para Miguel.
Priscila, que estava no meio da conversa, retruca:
Já te conheço. Sente-se desamparado, diz que já não tem nada nem ninguém, ainda pensa que não tem nada a perder, o pior é que tem.
Tem medo de dizer não achando que esse não vai te prejudicar.
Diz sim sem pensar que este sim pode ser pior.
De repente, entra em cena outra pessoa, Bernardo.
Novas avalanches, novos maremotos.
Bianca vem a seguir:
Sonhos, ilusões, desejos desenfreados.
O mais velho, Adalberto, já cansado, lança outras frases:
O ato de dizer não, para os aventureiros, soa como covardia, mas preserva por mais tempo sua paz, sua vida.
Acaba sofrendo mais quem diz sim o tempo todo.
Que jogo é esse, meu Deus?
Jogo do disse me disse.
Karina pula fora dessa jogada.
É muita maluquice junta, misturada. Muito blablablá.
E diz logo não; pronto, acabou.
The games over.
Estraga a brincadeira, estraga tudo, acabou ganhando cedo demais o jogo, sem saber as regras; mas só assim pra finalizar, senão não acabava tão antes do sol raiar.

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