quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Poesia Grosseriana

Você que debocha de mim.../ Entra no cio, tem sua tara/ Me liga, envia mensagem/ Faz e pede sacanagem/ Me tira do leito/ Palpita meu peito/ Desregula meu mínimo respeito/ Chama pra fazer amor e sexo/ Durante a madrugada/ Me beija feito louco/ Me tem como um lobo/ Me morde, me assopra/ Debocha de mim/ Diz montes de besteiras, devaneios, anseios/ Depois põe todo o peso em mim/ Me alegra e atormenta/ Carrega traumas não sei desde quando/ Inventa, farseia/ Me transporta pra um surto mirim/ Descarrega todo o seu desejo/ Seu alcoolismo barato/ Sua falta de tato com as palavras doces/ Seu exagero de tato com malícias, sabores/ Mas é lindo te ver escovar a boca/ Prova que não sou apenas eu/ Que gosto e, aprovo isso em ti/ Hálito e cheiro bom, calor então/ Corpo desenhado, esculpido/ Num pincel das mãos de Deus/ Como o meu, como o seu/ Dedos da mão pra me alisar/ Dos pés pra me prender/ Sua língua na minha orelha/ No meu ouvido, sua saliva/ Babando por mim/ Pra depois me chutar/ Me ignorar, trocar meu nome/ Querer ciúme, novela, folhetim/ Não, se acaso me quiseres/ Sou pra você dessas mulheres/ Que só dizem sim/ Por uma coisa à toa, uma noitada boa/ Um cinema, um botequim/ Escute Chico Buarque/ Pra tentar gostar certinho de mim/ Enquanto isso só me resta a pergunta:/ Por que você é assim?/ Tão 'tan-tan' e tão 'Dean-Dean'.../

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